segunda-feira, 22 de março de 2010

O ARTIGO E A ENTREVISTA


CINEMA

E, afinal, Pattinson é gay ou namora a Kristen Stewart?

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
EDITOR DO FOLHATEEN


A questão do título, a que mais atiça as fãs, Robert Pattinson não responde - ele não fala sobre sua vida pessoal. Assessoras ficam ao seu lado, durante a entrevista, para bloquear qualquer pergunta indesejada.
Mas, às vezes, o ator manda uma declaração polêmica, como a que deu (semanas depois de falar com o Folhateen) após passar 12 horas fotografando cercado de mulheres seminuas para a revista "Details": “Eu realmente odeio vaginas. Sou alérgico a vaginas.”
Se você leu isso como "Eu sou gay", não está sozinha(o).
Mas um astro como Robert não pode ser gay -pelo menos não assumidamente.
Afinal, ele gera muitos milhões de dólares convencendo muitas garotas (e não poucas coroas) a consumirem qualquer coisa que tenha seu rosto (filmes, cadernos, biscoitos, bonecos, revistas etc.).
Todas convencidas de que Pattz simboliza o homem de seus sonhos, um sujeito lindo, sensível e romântico.
Agora, pense no que aconteceria se o galã se revelasse gay. Todos esses sonhos de tê-lo como namorado morreriam (menos os dos gays, é claro), e toda a grana que ele gera se reduziria dramaticamente.
E você acha que os estúdios de cinema (e todas as indústrias que faturam com o astro) iam correr o risco de ter esse prejuízo numa boa?
Daí que, alguns dias depois da polêmica declaração, surge Robert ao lado de Kristen Stewart (sua parceira na saga Crepúsculo), reativando o velho boato de que o namoro deles na tela também rola na vida real.
Ou seja, sai a polêmica do "será que ele é?", volta a do "será que eles namoram?".
E o que continua? Robert Pattinson sendo notícia, chamando atenção, vendendo, em suma. E, não por acaso, bem quando tem um novo filme prestes a estrear.
Ou seja, sempre que você ler alguma declaração "polêmica" de um astro, desconfie: essa galera, bem treinada e bem consciente de seu papel numa indústria multibilionária, não dá ponto sem nó.
Se ele é gay ou se namora a Kristen? Isso importa
?

São Paulo, segunda-feira, 01 de março de 2010, Folhateen.


GÊNERO TEXTUAL: ENTREVISTA

Entrevista com o Vampiro


De filme novo e barba ruiva, Pattinson conversou em Londres com o Folhateen

CHICO FELITTI
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Ele sorri. Os lábios de dor que Robert Pattinson carrega entreabertos nos filmes da saga "Crepúsculo" não desaprenderam a envergar e mostrar os dentes -nada agudos.
Mas os lábios aprenderam recentemente a fumar. E como. Seu personagem no filme "Lembranças", que estreia no dia 12 de março, é um "rebelde" de família zilionária e usa nicotina como chupeta.
O garotão, bruto porque traumatizado pelo suicídio do irmão, apaixona-se. Por uma garota tão linda quanto e tão cingida pela morte quanto. A partir daí, é só mais um filme teen.
Mas não para o galã adolescente. É o primeiro projeto em que ele diz ter "envolvimento completo" depois de megaprodutos como "Harry Potter e o Cálice de Fogo" e a ainda em curso epopeia vampiresca.
Talvez seja por isso que ele tenha tirado o boné de beisebol e coçado a barba cheia e ruiva seguidas vezes, ao falar com aFolha em uma suíte de hotel em Londres, sua cidade natal.
O cabelo bagunçado estava sem cera. Quer dizer, sem cera cosmética: um sutil cheiro de sebo pairou na sala durante os 15 minutos de papo. Pode guardar a água benta: Robert Pattinson é humano. Leia abaixo.

FOLHA - Você se preparou para interpretar o "bad boy" cabeça Tyler?
ROBERT PATTINSON - Não. Eu estava tão envolvido no projeto desde o início, no roteiro, na direção, que não precisei "entrar" no personagem.

FOLHA - Você está condenado a interpretar personagens tristes?
PATTINSON - Sou eu quem os persegue. Não gosto de finais felizes. Na verdade, odeio finais felizes. Acabei de filmar um longa ["Bel Ami", ainda sem data de estreia] que é bem sobre isso. O cara vai, arrasa com a vida dos amigos, trata supermal uma garota e no fim se dá bem.

FOLHA - A pressão depositada em você nas gravações aumentou?
PATTINSON - Foi mais difícil [do que os outros filmes]. Como me concentrar com um monte de paparazzi ao redor? Como é que um ator entra no personagem, se sabe que tem um monte de gente fotografando?

FOLHA - E como se concentra?
PATTINSON - Eu vou para dentro de mim e fico por lá...

FOLHA - Faz isso no dia a dia?
PATTINSON - Ih... faço. Só é ruim quando faço no meio de uma conversa e não volto mais [solta a cabeça para o lado e finge não ouvir nada por segundos].

FOLHA - É fácil para um ator inglês fazer sotaque americano?
PATTINSON - Desculpa, mas não é um sotaque de lugar nenhum dos EUA. Eu só tento falar de um jeito meio genérico, que disfarce o inglês britânico.

FOLHA - Seu personagem, Tyler, é o James Dean dos anos 2010?
PATTINSON - Não acho. O James Dean tinha uma coisa de incandescente, de não aguentar mais o mundo e estar prestes a explodir. O Tyler tem uma relação tempestuosa com o pai, mas é um cara comum. A vida dele é difícil agora, mas, em alguns anos, ele poderia estar com um emprego bacana...

FOLHA - Fãs de "Crepúsculo" vão aceitar o Tyler no lugar de Edward?
PATTINSON - É aceitável. Não posso dizer que quem procura o Edward vai amar. Mas, sem preconceito, é possível gostar.

FOLHA - Como foi filmar a longa cena de sexo do filme?
PATTINSON - Nada sexy. Muita gente ao redor, frio, repetição atrás de repetição... Mas não foi a minha primeira vez, então é tranquilo. Lembrando, sempre: há um cara apontando uma câmera para o seu traseiro!

FOLHA - O filme cita deuses gregos em alguns momentos. Trata-se de uma tragédia, nos moldes gregos?
PATTINSON - Pensando bem, pode ser sim. As pessoas são pessoas de verdade no filme, como os deuses gregos. Têm ressentimento, têm ódio... Mas também têm amor, têm bondade...

FOLHA - Por que você não foi ao Brasil com o resto do elenco principal de "Lua Nova", em novembro?
PATTINSON - Porque eu estava no Japão. Eu queria muito ter ido com eles. Mas já fui ao México, serve?

FOLHA - Não, não serve. (risos)

São Paulo, segunda-feira, 01 de março de 2010, Folhateen.

Um comentário:

  1. muito legal essa proposta. Os textos sugeridos certamente despertarão o interesse dos alunos - grande desafio.

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